NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO ÀS AÇÕES DO GOVERNO ESTADUNIDENSE
MINISTRO DO STF NA LEI MAGNITSKY: UMA AFRONTA À SOBERANIA E À DEMOCRACIA BRASILEIRA
A Irmandade Progressista, coletivo de maçons comprometidos com os princípios fundamentais da Maçonaria – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – vem, por meio desta, manifestar repúdio firme e veemente às recentes iniciativas adotadas por representantes do governo dos Estados Unidos da América, em conluio com membros da família do ex-presidente brasileiro, no intuito de deslegitimar e atacar o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como interferir indevidamente nos rumos da justiça brasileira ao incluí-lo na Lei Magnitsky, instrumento legal destinado a punir autores de graves abusos de direitos humanos e atos de terrorismo.
A inclusão do Ministro nessa lista constitui um ataque direto à soberania nacional e um ato de hostilidade contra a democracia brasileira, além de um gesto cínico de revisionismo político e moral. É inadmissível equiparar a atuação constitucional de um ministro da Suprema Corte à conduta de violadores de direitos humanos, justamente por quem sempre defendeu e aplicou a lei contra extremistas que tentaram subverter a ordem democrática no Brasil.
Oportunismo e contradição de quem sempre exaltou a tirania
É importante lembrar que o ex-presidente, réu e figura central dessa articulação internacional, é acusado de diversos crimes perante a justiça brasileira, incluindo:
- Tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, conforme investigação do Supremo Tribunal Federal;
- Uso indevido das Forças Armadas com o objetivo de romper a ordem constitucional;
- Ameaças às instituições democráticas, incitação à violência política e apoio a atos golpistas;
- Propagação sistemática de fake news com a finalidade de minar a confiança no sistema eleitoral brasileiro;
- Apropriação e uso indevido de jóias recebidas em nome do Estado brasileiro;
- Desvios e manipulações de dados na pandemia de COVID-19, que resultaram em centenas de milhares de mortes evitáveis.
Aqueles que hoje se dizem vítimas de perseguição são os mesmos que sempre exaltaram o regime militar de 1964, enalteceram publicamente o torturador coronel Brilhante Ustra e rejeitam os princípios fundamentais da democracia moderna. Tentaram impor uma ditadura sob o pretexto de combater uma que jamais existiu, sendo que durante todo o governo anterior a liberdade de expressão, inclusive para ataques ao STF, foi vilipendiada e cerceada com ataques em todos os meios de comunicação e, em especial, nas redes sociais.
A narrativa de “perseguição” é uma inversão cínica dos fatos. Quem hoje se diz perseguido, na verdade, promoveu perseguições reais enquanto esteve no poder, com relatórios da ABIN paralela. O governo anterior atacou sistematicamente jornalistas, professores, artistas, cientistas, servidores públicos, povos indígenas e qualquer voz dissonante. Promoveu censura ideológica nas escolas, perseguiu adversários políticos, desmontou políticas públicas voltadas aos direitos humanos e incentivou a intimidação de ministros do STF e parlamentares. A liberdade de expressão, que agora utilizam como escudo, foi violada seletivamente por eles próprios, sempre que contrariados. Agora, diante da responsabilização legal por atos concretos de tentativa de ruptura democrática, tentam se apropriar da narrativa de vítimas para fugir das consequências de seus crimes.
Em defesa do Supremo Tribunal Federal
A tentativa de desqualificação do Ministro representa, na verdade, uma tentativa de enfraquecer o próprio Supremo Tribunal Federal e seus esforços para preservar a democracia, coibir o autoritarismo e responsabilizar os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A Irmandade Progressista reconhece que nossa democracia permanece forte e vibrante graças à resistência institucional, especialmente a de um STF altivo, corajoso e fiel aos princípios republicanos.
Pela Maçonaria autêntica, progressista e comprometida com o bem coletivo
Como coletivo de maçons progressistas e evolucionistas, reiteramos nosso compromisso com a liberdade de expressão, a defesa intransigente dos direitos humanos, a rejeição à violência política, à censura real e à tentativa de retorno de regimes autoritários.
Conforme nossos princípios, nos opomos frontalmente a toda e qualquer iniciativa que:
- Incentive ou tolere a violência política;
- Utilize discurso religioso para manipulação social ou política;
- Persiga jornalistas, juízes ou qualquer agente do Estado que atue em defesa da democracia;
- Subverta as instituições democráticas com o objetivo de instalar um governo autoritário.
Pela soberania nacional e pela independência dos poderes
Repudiamos, igualmente, qualquer ingerência estrangeira nos processos internos da justiça brasileira, especialmente quando orientada por interesses pessoais, ideológicos ou de proteção a réus que buscam impunidade após atacar as instituições do próprio Estado.
A democracia brasileira não se curva a pressões internacionais, nem a tentativas de revisionismo político-histórico. Seguiremos vigilantes, denunciando qualquer ação que busque encobrir crimes contra o Estado de Direito ou livrar seus autores das devidas responsabilizações legais.
Em nome da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade e da Justiça, manifestamos nosso mais profundo repúdio às ofensivas contra o STF, à tentativa de deturpar a verdade e à instrumentalização da política internacional contra a democracia brasileira.
Brasil, 1º de setembro de 2025 (E∴V∴).
A "Nota pública de repúdio às ações do governo estadunidense", produzida pela Irmandade Progressista <www.irmandadeprogressista.org>, está licenciada com uma Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional. O trabalho está disponível em:
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Sugestão para citação:
IRMANDADE PROGRESSISTA. Nota pública de repúdio às ações do governo estadunidense. São Paulo: 2025. Disponível em: https://irmandadeprogressista.org/2025/09/repudio-acoes-eua.html. Acesso em: 1 set. 2025.